Era 26 de abril de 2009. O dia daquela semana mais esperado pelos cutitibanos, pois seria domingo de AtleTiba.
Durante a semana não havia outro assunto entre os homens. Eles faziam apostas e preparavam as comemorações antecipadas, crendo que seu time iria vencer o rival. Nas ruas, as camisas dos times predominavam. A cidade estava dividida entre o vermelho e o verde.
Então, as 16:00h daquele dia, atleticanos e coxas-brancas se reuniram no estádio Joaquim Américo, mais conhecido como Arena da Baixada, para assistir aquele clássico tão aguardado.
De um lado o vermelho e preto, com suas caveiras e bandeiras, ira no olhar, cantando suas canções, querendo que o time ganhasse a qualquer custo.
Do outro lado o verde e branco, com uma torcida menor, pois era o visitante. A Torcida Que Nunca Abandona estava lá, com suas faixas de apoio. Esses, com amor nos olhos, transmitindo através de suas cores, esperança e paz.
Confesso que nunca gostei de futebol, mas sempre dizia ser Coxa-Branca. Herança de família. Aquele dia pra mim era indiferente, era apenas mais uma partida de tal esporte.
O jogo começou, a cidade parou. Eu fui fazer minhas tarefas, pois no dia seguinte teria aula.
O clássico parecia estar emocionante. Do meu quarto eu apenas ouvia os berros de meu pai, um coxa-branca doente; e mais berros vindos dos vizinhos dos fundos, esses que eram atleticanos. Eu vi que os visitantes ganhavam por 2x0, e por isso a euforia era grande em minha casa. O tempo passou e logo a alegria passou para os fundos: O time da casa havia empatado, 2x2.
Nessa hora algo me chamou a atenção, algo que me mudou naquele dia. Comecei a ficar apreenssiva, o jogo começou a me chamar a atenção. Larguei minhas tarefas e fui ver aquele clássico. Para minha alegria, o meu então "time do coração" fez mais dois gols e venceu.
Sim, naquele dia eu virei uma coxa-branca de verdade. Naquele dia o Coritiba me conquistou, e eu então o adotei como o meu time do coração. Um amor que não se pode explicar, simplesmente sentir.
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